Justiça proíbe venda de livro que incentiva castigo físico em crianças - Cabeça de Criança

Justiça proíbe venda de livro que incentiva castigo físico em crianças

Justiça proíbe venda de livro que incentiva castigo físico em crianças



Justiça proíbe venda de livro que incentiva castigo físico em crianças
Imagem de Ulrike Mai por Pixabay

A venda de um livro que incentiva castigo físico na educação de crianças foi proibida pela Justiça do Rio de Janeiro. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a obra O Que Toda Mãe Gostaria de Saber Sobre Disciplina Bíblica, de Simone Gaspar Quaresma, orienta que as agressões sejam feitas com o uso de vara e colher de silicone e não ocorram em locais visíveis. A autora também critica os pais que não aderem à disciplina física.

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A decisão contra a circulação do livro é da 1.ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital, que atendeu a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). No despacho, o juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza diz que a obra “agride a Constituição Federal, o Pacto de São José da Costa Rica, o Estatuto da Criança e do Adolescente e as demais normas protetivas de crianças e adolescentes”.

“O perigo de dano é evidente, haja vista que os livros e vídeos incitando os pais a agredirem seus filhos estão acessíveis ao público, colocando em risco a integridade física de crianças e adolescentes”, diz trecho do despacho.

Para o magistrado, o direito à integridade física e psicológica de crianças e adolescentes deve prevalecer sobre o direito à liberdade religiosa e de expressão. O juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza expressou que a comercialização do livro só “será legítima se forem extirpados tais trechos de seu conteúdo”. Além disso, determinou que palestras da autora sobre o tema sejam retiradas de circulação na internet, sob pena de pagamento de multa.

Em nota ao jornal, o advogado e assessor Jurídico da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE), Edmilson Almeida, refutou que o livre contenha “qualquer ilegalidade” e disse que vai recorrer da decisão da Justiça do Rio. O veículo diz que pediu posicionamento da autora Simone Gaspar Quaresma, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.

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